Por que a expectativa de superávit da balança comercial foi revisada para baixo?
Segundo o Diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Herlon Brandão, a queda no preço de mercadorias que são chave para as exportações brasileiras, como petróleo, soja e minério, além de uma economia interna mais aquecida, são fatores que explicam a revisão para baixo do saldo esperado para a balança comercial de 2024. Além disso, a demanda externa menos aquecida também explica uma expectativa menor para as exportações do ano.
Por que as exportações brasileiras estão em queda?
De acordo com Brandão, o preço das mercadorias exportadas pelo Brasil está em queda, como é o caso do petróleo, soja e minério, que têm grande peso na balança comercial. Além disso, a pauta exportadora do país não é muito diversificada. A pasta espera que as exportações somem em US$ 332,6 bilhões neste ano - queda de 2,1% em relação a 2023. A projeção inicial, de janeiro, previa exportações de US$ 348,2 bilhões - número maior que o do ano passado. A demanda externa menos aquecida também explica uma expectativa menor para as exportações do ano.
Por que as importações brasileiras estão em alta?
O aquecimento da economia interna é um dos fatores que explica o crescimento das importações brasileiras. Com constantes revisões do PIB para cima, é natural que o Brasil consuma mais bens importados. Além disso, o câmbio real vem apreciando, o que influencia também em expectativa maior de importação. Agora, a expectativa é de que as compras somem US$ 259,1 bilhões em 2024, alta de 7,6% na comparação com 2023.
Qual foi o impacto do aumento do imposto de importação sobre carros elétricos e híbridos?
De acordo com Saulo Castro, coordenador-Geral de Estatísticas do Mdic, a forte alta na importação de automóveis de passageiros nos primeiros meses do ano foi puxada pela China, que enviou principalmente veículos elétricos e híbridos. O aumento de 46,4% nas aquisições foi devido principalmente à compra de origem chinesa, que foi de aproximadamente US$ 570 milhões. O governo aumentou o imposto de importação sobre carros elétricos e híbridos, mas de forma gradativa, para evitar surpresas no mercado. Em julho, as alíquotas já terão um novo aumento.
No entanto, Herlon Brandão ponderou que as indústrias estão se instalando no Brasil, o que significa que o crescimento de importações não será mantido por muito tempo. As medidas já foram tomadas para enfrentar o cenário em questão. Em valores, a importação registrou queda de 1,8% no primeiro trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado, puxada pelo recuo dos preços, de 10,6%, enquanto que o volume comprado cresceu em 8,7%.
Qual é a perspectiva para a balança comercial em 2024?
O cenário para as exportações brasileiras em 2024 é incerto, em comparação com as projeções para as importações. Herlon Brandão pontuou que o preço das mercadorias é muito volátil e que, portanto, é difícil prever o que vai acontecer. Além disso, a demanda externa está menos aquecida. Por outro lado, a economia interna está aquecida, o que incentiva as importações. Além disso, é natural que as importações cresçam com a revisão do PIB para cima.
Em um cenário de incertezas, o importante é que o país continue a investir em seus setores e diversificar sua pauta exportadora, além de adotar medidas para aumentar sua produtividade. Dessa forma, será possível enfrentar os desafios que virão com mais segurança e eficácia.
Conclusão
A revisão para baixo da expectativa de superávit da balança comercial em 2024 é um sinal de que o cenário econômico do país está mudando. Com a economia interna mais aquecida e a demanda externa menos aquecida, é natural que ocorram alterações no comércio brasileiro. É importante que o país continue a investir em seus setores e diversificar sua pauta exportadora, além de adotar medidas para aumentar sua produtividade. Se isso for feito, será possível enfrentar os desafios que virão com mais segurança e eficácia. O país possui potencial para manter um comércio exterior forte e competitivo, desde que sejam adotadas as medidas corretas.
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